segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dia do professor sem festa

Há 50 anos, o então presidente da República, João Goulart, decidiu prestar homenagem a todos os mestres do Brasil decretando 15 de outubro como o Dia do Professor. O ato instituiu feriado escolar nacional. A intenção era promover solenidades em que se enaltecesse a função do mestre na sociedade, com a participação de alunos e suas famílias.

Meio século depois, os profissionais de educação não têm muito o que comemorar. Em meio a greves que se arrastam por meses e sem soluções à vista para os impasses que ameaça o ano eletivo nas redes municipais e estaduais, a educação pública enfrenta uma de suas piores crises.

De acordo com pesquisa mundial que mediu o status dos docentes em 21 países e colocou o Brasil na penúltima posição, 45% dos brasileiros não encorajariam seus filhos a serem professores.

Na terra dos Tigres Asiáticos, onde o magistério está no topo das profissões mais respeitadas, ex-alunos costumam celebrar o Dia do Professor enviando cartão ou levando presentes na casa de antigos mestres.

É assim na China e na Coreia do Sul, que expressam gratidão a seus professores nos dias 28 de setembro e 15 de maio, respectivamente. Gestos que ilustram p motivo pelo qual os dois países ocupam o primeiro e segundo lugares no Pisa, Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, que mede os conhecimentos em Português, Matemática e Ciências.

Por aqui, décadas de descaso levaram o país para a lanterna do ranking global do ensino de qualidade. Entre os 65 países pesquisados, o Brasil está na 53ª posição.

Por Flávio Araújo


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