domingo, 4 de novembro de 2012

Faculdade Internacional Signorelli


UNCuyo


Infinita Highway


Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo dessa estrada
Olhe só, veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E à noite eu acordava banhado em suor
Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway
Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre"
Se tanta gente vive sem ter como comer
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde vai parar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte dessa highway
Silenciosa highway
Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas "a dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
"não corra, não morra, não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes
Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato
Eu posso ser um beatle, um beatnick ou um bitolado
Mas eu não sou ator, eu não tô à toa do teu lado
Por isso, garota, façamos um pacto
De não usar a highway pra causar impacto

Cento e dez, cento e vinte
Cento e sessenta
Só prá ver até quando o motor agüenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta
E a sombra do sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway











Pelos alunos da Taquara, eles vão até o ‘fim do mundo’.

Por Leandra Lima

Após muito pensarem numa forma de tornar as aulas dos alunos do ensino médio mais atraentes, três professores do Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, na Taquara, criaram um projeto curioso: viajar, de 2 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013, pelas principais cidades do Cone Sul a bordo de um Mercedes Benz ano 1959, coletando material e histórias interessantes para serem trabalhados durante o próximo ano letivo com os cerca de dois mil alunos matriculados anualmente neste segmento na escola.

Intitulado “Projeto Expedição Cone Sul”, a viagem resultará na coleta de dados que serão usados para o Programa do Ensino Médio Inovador (ProEMI). A iniciativa é uma estratégia do governo federal de induzir a restruturação dos currículos do ensino médio com a inserção de atividades que os tornem mais dinâmicos.

Robson Silva Macedo, professor de Ensino Religioso; Marco Aurélio Berão, de Biologia; e Gilmar Guedes, de Filosofia; são os idealizadores da viagem. Os três docentes farão um percurso de mais de 25 mil quilômetros, que passará por Foz do Iguaçu, Atacama, Santiago do Chile, Perito Moreno, Ushuaia (conhecida como a Cidade do Fim do Mundo por ser o ponto mais extremo ao sul da América), Buenos Aires e Montevidéu.

Macedo explica que os três estarão empenhados em fazer um banco de imagens composto de 15 mil a 20 mil fotografias, um documentário, e, por fim, um livro com o balanço da viagem e relatos de bastidores:




Mercedes abastecida por óleo de soja e diesel


Gilmar Guedes explica que boa parte do material coletado pelo trio durante a viagem será organizada para apoiar aulas sobre sustentabilidade. Dono do Mercedes, ele diz que o carro é econômico e será abastecido não só com diesel, mas também com óleo de soja recolhido pelos alunos:

— Quando o carro já estiver quente, passamos, por um sistema de chave, a usar o óleo de soja. O motor do carro é de injeção de bomba mecânica, uma tecnologia antiga que permite o uso deste óleo. Só não podemos deixá-lo esfriar na bomba, porque ele é sete vezes mais viscoso que o diesel e, nesse estado, não é possível dar a partida.

Como diz o professor de Ensino Religioso, Robson Macedo, Guedes é “gato escaldado” em viagens aventureiras:

— Já fui a todos os países da América do Sul, inclusive às cidades que visitaremos. O passeio em si já valeria a pena, porque as paisagens e a troca de experiência com povos irmãos são incríveis.

Berão acredita que a viagem servirá de motivação para os estudantes irem atrás dos seus sonhos:

— Queremos estimular o aluno que está desmotivado e não vê razões para se manter na escola a determinar uma meta para si e se esforçar para atingi-la. A ideia que queremos passar é: se os professores foram “ao fim do mundo” num carro tão antigo, eu consigo o que quero.

A diretora do colégio, Neide Aparecida de Souza, diz que admira os “três professores maluquinhos” e que está em busca de parceiros:

— O projeto mostra que o professor da rede pública também inova e é criativo. O efeito direto é o aumento da autoestima dos alunos. Já temos parceiros para doar os alimentos que eles vão levar. Estamos atrás de outros.

VI Feira Anual do Campus Fiocruz Mata Atlântica