quinta-feira, 3 de abril de 2014

História ambiental da Taquara pelo Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht

Por Maria Claudia Ribeiro

Como chegamos aqui?

Taquara Iniciou seu povoamento no século XVIII e sua urbanização efetiva se deu na década de 70. O nome do bairro é originário de uma espécie de bambu utilizado para fabricar cestos, outrora existente em grande quantidade na região, onde foi erguida a sede da Fazenda da Taquara, em 1757, propriedade da família do Barão da Taquara, existente até hoje.

Por causa de seu clima ameno, saudável e agradável instalaram-se então aqui hospitais especializados em tuberculose e hanseníase. Moradores relatam que Jacarepaguá era a Petrópolis da cidade do Rio de Janeiro. Por isso, Dom Pedro II se hospedou durante dois meses, de novembro a dezembro de 1843, na Fazenda da Taquara. O objetivo era cuidar da saúde da princesa Dona januária, já que a região era considerada um local propício para tratamento de doenças em decorrência do seu ar puro. A atual Estrada dos Bandeirantes originou-se dos diversos caminhos abertos ao longo dos tempos em que surgiram as primeiras fazendas e engenhos.

O comércio era muito pequeno. As casas da época ao estilo português, deram espaço às grandes lojas do comércio do centro da Taquara.

Nossa escola foi fundada há 57 anos. Sua fama se iniciou com o trabalho da Professora Henriette de Hollanda Amado, esposa de Gilson Amado (irmão do escritor Jorge Amado). Em seu livro de memórias, Henriette, conta sua experiência na educação vivenciada no CEBS, e que eram os próprios alunos que cuidavam do jardim que havia no pátio que hoje é apenas concreto sem vida. A localização do CEBS ao lado da Granja Paraíso vem confirmar que Taquara era um bairro rural.

Como estamos hoje?

Notamos uma tendência na urbanização em exterminar os espaços verdes que podem coexistir ao ambiente urbano. O bairro tornou-se mais quente, pois perdeu centenas de árvores devido ao boom imobiliário a partir de 2000 e também devido a obras do BRT na Estrada dos Bandeirantes que possuía árvores centenárias, sem que houvesse o replantio de novas mudas. O ar fresco deu lugar a particulados de poluição devido ao desmatamento urbano e o tráfego caótico de automóveis. O Rio Grande, que corta o centro do bairro, até a década de 70 era repleto de garças que vinham se alimentar de peixes. Hoje os rios mais próximos, Rio Grande e Rio Guerenguê são poluídos pelos moradores que não possuem sistema de esgoto o despejam diretamente nos rios da região. Há especulações de que as indústrias localizadas no bairro também poluem os rios da região.

Onde queremos chegar? 

O tempo passou e hoje contamos com o apoio da atual Diretora Neide Aparecida de Sousa, que está sempre a contribuir com as questões socioambientais.

É mister que lutemos por um bairro melhor e sustentável. O progresso deve coexistir com a natureza e isso inclui a preservação dos rios da região e o reflorestamento urbano para que os moradores tenham qualidade de vida e consequentemente sejam mais saudáveis física e mentalmente.

É através da educação e a informação que podemos transformar e exigir nossos direitos como cidadãos, sem esquecer que a união da população deve existir com um objetivo comum: um bairro planejado.