quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ushuaia


Ushuaia é uma cidade da Argentina e capital da Província da terra do Fogo. Seu nome provém do idioma indígena yagan: ushu + aia (fundo + baia profunda), e é pronunciada em espanhol u'swja.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Do Rio de Janeiro a Ushuaia em um Mercedes-Benz 1959

Pior que não terminar uma viagem é nunca partir. Esta frase de Amyr Klink foi o pretexto para Robson Macedo, Marco Berao e Gilmar Guedes, empreenderem uma expedição que lhes permitiram juntar o Rio de Janeiro (de onde partiram) a Ushuaia, na Terra do Fogo, Argentina. 

O principal objetivo da viagem foi motivar os alunos do Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht (CEBS), onde eles lecionam e, especialmente, fornecer uma mensagem ecológica relacionada a importância da gestão ambiental. 

Esta expedição nasceu da necessidade de motivar os alunos, chamar a atenção da sociedade civil e governantes sobre a importância da educação, que deve ser sempre uma prioridade. Este é o primeiro objetivo da expedição. A intenção era fazer uma viagem por muitas regiões do Cone Sul: sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile, com uma mercedes-benz fabricada em 1959.



Três professores brasileiros em uma insólita travessia que uniu 4 países

Partiram do Rio de Janeiro, passaram por Montevidéu e a Argentina, chegaram a Ushuaia, cruzaram o Chile e, no retorno, estiveram em Santa Fé. O objetivo da aventura: uma cruzada a favor da educação e da ecologia.
Por Luciano Andreychuk*
landreychuk@ellitoral.com

Longe de suas acepções psiquiátricas, em algumas circunstâncias pode-se ver a loucura como um valor. Esse tipo de "loucura linda", criativa, inquieta e talvez romântica, que busca a utopia de um mundo melhor, ou ao menos um pouco mais habitável. Algo disso compartilham estes três professores brasileiros que um dia, cansados do desprezo humano pela natureza, da falta de motivação nas aulas e do individualismo dos celulares e computadores, decidiram empreender uma expedição pelo Cone Sul, uma viagem que se tornaria mais que uma aventura, uma mensagem.

Robson Silva Macedo (professor de Ensino Religioso), Marco Aurelio Berao (Biologia) e Gilmar Guedes (Filosofia), resgataram em um ferro-velho e reformaram uma velha e oxidada Mercedes-Benz modelo 1959. Adaptaram um sistema de biocombustível a base de óleo de cozinha reciclado (sobras das frituras). Carregaram alguns utensílios, barraca, mapas e câmeras fotográficas, e partiram do Rio de Janeiro. Cruzaram pelo Uruguai, pelo centro da Argentina e se dirigiram até a Patagônia.

Chegaram nada menos que em Ushuaia, o "Fim do Mundo", e já anestesiados com tanta beleza paisagística, geográfica e cultural, colocaram-se de volta pela cordilheira chilena. Rumaram para Mendoza (Argentina) e em seguida à Córdoba, e daí chegaram a Santa Fé. De Santa Fé empreenderam o último trecho da jornada até o Rio de Janeiro, o ponto de partida e de retorno. Postaram em sua página no facebook: "Amigos, depois de 37 dias de viagem, 20 mil km percorridos, 22 mil fotos e 30 horas de vídeo, chegamos em casa."



Claudia Neil (centro) secretaria de turismo do município de Santa Fé, Argentina, com jornalistas em uma coletiva de imprensa sobre a Jornada da Estrela.

Projeto

O projeto expedicionário se denominou "Jornada da Estrela: Expedição Cone Sul". Uniu quatro países (Brasil, Uruguai, Argentina e Chile), demandou 37 dias de viagem e mais de 20 mil quilômetros percorridos, em uma relíquia automotiva fabricada a mais de meio século, que só podia acelerar a 70km/h.

O objetivo da experiência foi recolher informações geográficas e culturais sobre o continente (foram feitos vídeos, fotografias e testemunhos da população) que serão utilizados em um vídeodocumentário e exposições. Porém, e principalmente, os aventureiros quiseram deixar uma mensagem cheia de boas intenções: respeito a educação e ao meio ambiente.

"Como professores, queremos chamar a atenção sobre a importância da educação para as novas gerações, hoje mais ligadas aos celulares e as redes sociais que aos valores humanos, mostrando com esta viagem, que com sacrifício, autodisciplina e esforço pode-se buscar qualquer coisa. E também deixar uma mensagem positiva a favor do cuidado com a ecologia", falou à imprensa Gilmar Guedes durante sua breve passagem pela cidade de Santa Fé, onde os expedicionários foram recebidos pela subsecretária de Turismo Municipal, Claudia Neil.

A educação como prioridade.

"A aventura tem como objetivo motivar os nossos alunos (os três professores lecionam em um colégio de ensino médio, Brigadeiro Schorcht, da rede pública estadual do Rio de Janeiro, que tem 2 mil alunos matriculados) e chamar a atenção da sociedade sobre a importância da educação, que deve ser entendida como uma prioridade. Queríamos demonstrar com a expedição que com esforço, autodisciplina e confiança, podemos fazer o que desejamos. Esta é a mensagem que queremos passar em nossas aulas", contou Gilmar.

Outro aspecto da jornada foi a proposta do registro em imagens. "Reunimos vídeos e fotografias das estepes patagônicas, da Terra do Fogo, do Aconcágua, da maravilhosa natureza argentina. Com tudo isso, faremos um videodocumentário que servirá como material de estudos para os alunos, incluindo temas transversais, desde a geografia à política desta parte do continente, com forte acento no cuidado da natureza e no meio ambiente", ressaltou o professor.

Peripécias

"Nos passou de tudo: rompimento dos rolamentos após contemplamos os pinguins no sul; acampamos em barracas; enfrentamos a desolação e ao mesmo tempo a beleza da Patagônia, com guanacos passando ao lado. Às vezes discutimos por uma maça e ovos...", brincou Gilmar. Com 35 dias de viagem, a convivência teve suas dificuldades e obrigou os aventureiros a conservarem a paciência e a perseverança. "Porém, nós não fizemos isso por que era fácil, pelo contrário, fizemos porque era difícil. Era um desafio. E estudar também é um desafio, que exige entusiasmo, perseverança e paixão. Essa é a mensagem", disse ele.

O carro estava cheio de adesivos de universidades, governos locais, e do Consulado argentino no Rio de Janeiro e do Consulado brasileiro em Mendoza. Os aventureiros contaram com o apoio institucional e econômicos de alguns poucos amigos. "A expedição terminará em poucos dias no pátio da nossa escola. Ansiamos ver como nos receberam os alunos", encerrou Gilmar.

*Publicado no diário El Litoral. Traduzido por Robson Silva Macedo com adaptações.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Na mídia: SinMordaza



Na mídia: El Litoral

Patagônia


Muitos dos nomes dados a regiões e lugares na América do Sul se devem ao navegador português Fernão de Magalhães (1480-1522) que, a serviço da Coroa Espanhola, liderou a primeira viagem de circunavegação do globo terrestre, por volta de 1520, data em que descobriu a passagem marítima que acabou por ganhar seu nome: Estreito de Magalhães. Fernão de Magalhães ficou impressionado com o espetáculo das fogueiras indígenas acesas em terra firme e batizou a região como Tierra del Fuego. Deve-se acrescentar que foi esse mesmo navegador quem deu o nome ao Oceano Pacífico, depois de passar por dificuldades de toda ordem na árdua travessia do Estreito e se deparar com aquele oceano calmo à sua frente. Mas isso é outra história.

Tornou-se comum ouvirmos falar da Patagônia nesses últimos anos, particularmente após a estruturação do Mercosul. Patagônia advém dos povos primitivos que habitavam o extremo sul do continente. Quando Fernão de Magalhães teve seu primeiro contato com esses povos, ficou impressionado com sua altura incomum e o tamanho de seus pés, que pareciam ainda maiores por estarem sempre calçados com pele de animais engenhosamente adaptadas em formato de prancha, para facilitar a caminhada na neve. Não custou muito para que os integrantes da expedição passassem a designar esses nativos de Patas Grandes ou, em espanhol arcaico, patagones. Daí a origem do nome Patagônia, a Terra dos Patagones.

Convém acrescentar que um dos poucos sobreviventes da expedição de Magalhães, Antonio Pigafetta, descreveu os Tehuelches como “gigantes”, que tinham o “dobro do tamanho” dos marujos. Um exagero típico de marinheiro, sem dúvida! É certo, contudo, que esses povos possuíam altura incomum para a época, acima de 1,70m. Só para ilustrar, esse mesmo Pigafetta descreveu os pinguins como "galinhas difíceis de depenar e com carne com gosto de peixe".



À medida que avançava em direção ao extremo sul, a expedição espanhola se deparou com enorme ilha e adentrou a passagem marítima que a separava do continente. Essa passagem seria chamada mais tarde de Estreito de Magalhães. Lá, nesta ilha, os expedicionários encontraram outros nativos que, curiosos com o tamanho de suas embarcações, se aproximavam da margem para ver de perto aqueles seres esquisitos que vinham de longe. Além dos Tehuelches, foi também registrada a presença de outras tribos na região, particularmente os Onas e Yámanas.

Esses povos tinham um ritual interessante: manter as fogueiras que aqueciam suas aldeias eternamente acesas. Claro, se elas se apagassem em algum momento seria um problema reacendê-las numa temperatura que chega fácil aos 10 graus negativos. Portanto, era mais sábio ficar jogando lenha na fogueira antes que o fogo se acabasse de vez. Uma questão óbvia de sobrevivência!

À noite, Fernão de Magalhães e sua turma ficavam lá do oceano, a bordo de sua frota, apreciando aquela terrinha gelada, montanhosa, belíssima e, à distância, viam centenas de clarões oriundos dessas fogueiras que nunca se apagavam. Parecia que a terra estava pegando fogo... E assim, a região ganhou esse nome contraditoriamente fantástico: Terra do Fogo (ou Tierra del Fuego). Aliás, diga-se de passagem, nomenclatura bastante inadequada para uma região que fica coberta de neve mais da metade do ano.

Deve-se acrescentar que o nome do Canal de Beagle decorre da embarcação que levou Charles Darwin em sua viagem de pesquisa em derredor do mundo (quando desenvolveu a Teoria da Evolução), o HMS Beagle, capitaneado pelo comandante inglês Fitz Roy (que também deu nome a uma das montanhas mais belas das Américas).

sábado, 24 de agosto de 2013

Querer...

Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.   Amyr Klink



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Na mídia: Revista Kalunga



Jornadinha - Objetivo Geral

Formar alunos-cidadãos conscientes sobre a necessidade constante e na busca do uso de recursos naturais de forma mais perene e sustentável por meio de materiais, métodos é técnicas ecológicas menos geradoras de poluição, aliado a alternativas de geração ou melhoria de renda para cooperativas de pessoas de menos renda como a dos catadores de materiais recicláveis.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Na mídia: Diário Oficial


Jornadinha

O Projeto Jornadinha da Estrela ("Jornada" é um caminho que se faz e "estrela" é o que guia o caminho, que ajuda a encontrar o centro ou o tesouro escondido) tem como inspiração o Projeto Jornada da Estrela que teve início em outubro de 2011 no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht (CEBS), em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Este projeto teve como uma de suas metas a realização de uma expedição pelo cone sul da América do Sul em janeiro de 2013. Realizada pelos professores Marco Aurélio Berao, Gilmar de Moura Guedes e Robson Silva Macedo, a jornada saiu do Rio de Janeiro, Brasil, indo até Ushuaia, na Terra do Fogo, Argentina, e retornando ao Rio de Janeiro, passando pelo Chile em um percurso de mais de 21.000 km em 37 dias de expedição.


O Projeto Jornada da Estrela teve como objetivo principal proporcionar motivações nos alunos, para através do exemplo, perceberem que quando nos dedicamos aos nossos objetivos podemos ir até mesmo "ao fim do mundo". Um dos desafios de sustentabilidade do projeto foi cumprido com a utilização de óleo de fritura (COV - Combustível de Óleo Vegetal  em 1/3 da expedição até Ushuaia, como combustível para o veículo, uma Mercedes-Benz 190D, fabricada em 1958. No CEBS, mais de 800 alunos, professores, direção e funcionários estiveram envolvidos no projeto e na coleta do óleo de fritura, O outro desafio importante, ecológico e sustentável, foi a utilização do veículo, comprado em ferro velho, recuperado especialmente para a expedição.

Segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, a maior parte do óleo de fritura é despejada em ralos, comprometendo as tubulações dos edifícios e das redes de tratamento de esgoto. Nas regiões onde não há rede coletora, o óleo vai diretamente para os rios e lagoas, aumentando significativamente a poluição e a degradação ambiental. São despejados de 19 a 27 milhões de litros de óleo por ano em nossas águas marinhas. Considerando que um litro de óleo contamina cerca de 1 milhão de litros de água, pode-se ter uma noção da gravidade da situação. Essa prática acarreta prejuízo á população, às concessionárias de saneamento e aos governos.

Segundo o professor Alexandre D'Avignon (UFRJ)1 a simples atitude de não jogar o óleo de cozinha usado direto no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global. Ele explica que a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. O óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo da pia acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto. Em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano.

Sabemos que o processo de aprendizagem é extremamente importante para disseminar informação e práticas ambientais no contexto social, que hoje estamos inseridos. Jovens e crianças além de serem muito receptivos a esse tipo de mensagem, são um dos meios mais eficazes para provocar a mudança dos adultos. Eles retratam o futuro, a geração que vai herdar o compromisso de cuidar do meio ambiente e, quando são bem orientados, possuem a capacidade de mobilizar e realizar um profundo processo de mudança social. Isso acontece porque as crianças e os jovens, por meio de sua rede de relacionamento, colaboram para a revisão de conceitos e atitudes dos pais, que por sua vez, passam a aplicar os exemplos e atitudes sugeridas pelos filhos.

A Agenda 21, afirma que "a Educação Ambiental torna-se essencial para a população na medida em que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. A Educação Ambiental deve desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados e que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos."

Assim, a Educação Ambiental deve orientar-se para a comunidade na proposta traduzida na frase expressa pelo Relatório Brundtland (1998)2: "Pensamento global e ação local". É por meio da Educação ambiental em todos os níveis sociais, intelectuais, técnicos e científicos que podemos atingir a meta do desenvolvimento sustentável, criando condições para a sobrevivência futura. Neste sentido, a atuação individual do ser humano se somará coletiva na busca de soluções para os problemas ambientais e sociais que hoje se somam, tendo em vista que conscientemente se percebe as consequências da degradação ambiental.


Nesse contexto se insere  uma releitura e replicação do Projeto Jornada da Estrela para a sua  implementação nas diversas escolas estaduais/municipais do Estado do Rio de Janeiro. Nesta releitura não se tratará mais da preparação de uma viagem em num carro movido a óleo vegetal mas na demonstração do sucesso da experiência e das possibilidades do uso desse novo combustível menos poluente, consequentemente, mais sustentável do ponto de vista ambiental e na implementação de pontos de entrega voluntária de óleo nas escolas participantes.

Desta forma o Projeto Jornadinha da Estrela possibilitará, através da Educação Ambiental, o engajamento tanto da comunidade escolar na difusão destes novos conhecimentos como na adesão de todos a um sistema de recuperação do óleo de fritura com vistas a uma reutilização mais ecológica e sustentável.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Professores viajam ao "fim do mundo"

Três professores da rede estadual do Rio de Janeiro resolveram fazer uma viagem de 22 mil quilômetros até a cidade argentina de Ushuaia, conhecida como "fim do mundo", numa Mercedes ano 58 movida a óleo de fritura. Gilmar Guedes, Marco Aurélio Berao e Robson Silva Macedo saíram em direção ao sul da Argentina, em janeiro deste ano, a bordo do carro abastecido pelo combustível fornecido em parte pelos alunos do Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, na Taquara, zona oeste do Rio, onde lecionam.

"Nós queríamos mostrar aos alunos que quando se tem um sonho, a gente deve acreditar nele. Exige esforço, exige renúncia, mas, com força de vontade, a gente consegue", disse Guedes, que ministra aulas de filosofia. "A intenção era mostrar que, se nós conseguimos fazer uma viagem até o fim do mundo, o aluno pode, com determinação, chegar a uma faculdade, um curso técnico", declarou Macedo, responsável pela disciplina de ensino religioso. "Se três professores, que são pessoas comuns como eles, conseguem fazer uma viagem ao fim do mundo, eles [os alunos] também podem conseguir os objetivos deles", completou Berao, que dá aulas de biologia.

A antiga Mercedes do professor Guedes não fazia parte dos planos iniciais da viagem. Os professores pretendiam comprar um furgão para a expedição. Para isso, apresentaram o projeto à Secretaria Estadual de Educação, mas receberam apenas apoio institucional. "Acharam que nós éramos loucos", lembrou Guedes. Com empresários, conseguiram pouco dinheiro. Sem recursos, decidiram então preparar o carro da década de 50 para a empreitada.

arrecadação do óleo de fritura para o combustível do automóvel foi a forma que os professores encontraram para fazer os alunos participarem de fato do projeto. "A gente fez uma campanha na escola para que os alunos recolhessem o óleo nas suas casas. Assim, a gente queria trabalhar a questão ambiental com eles. Mostrar que um resíduo altamente danoso ao meio ambiente, que poderia ser descartado de qualquer maneira, pode ter outra finalidade. Com o projeto, eles seriam os responsáveis por nos levar ao fim do mundo com esse óleo", disse Guedes.

"A resposta dos alunos, o retorno, foi uma coisa muito grande. Conseguimos arrecadar cerca de 200 litros de óleo. Foi muito importante para tratar o tema ambiental e da responsabilidade social em sala de aula", afirmou Macedo.

Os professores partiram em janeiro deste ano em uma viagem que durou 37 dias. Passaram por 29 cidades do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile. Eles registraram as imagens da fauna e flora em mais de 23 mil fotos e 40 horas de gravação em vídeo. Os alunos puderam acompanhar as fotos em uma página criada no Facebook. Durante o período na estrada, enfrentaram temperaturas que variavam de 45 graus durante o dia a zero grau à noite. Quase sempre acamparam em campings nas cidades, mas algumas vezes precisaram dormir "no meio do nada", como na Patagônia.

"Foi uma viagem com condições bem limitadas. Durante o dia, a gente ficava quase o tempo inteiro no veículo. Era comum durante o percurso fazer as refeições dentro da Mercedes. Ou a gente usava os campings ou quando era possível a gente ficava em hostels. Na Patagônia, a gente enfrentou variações de temperatura enormes. Tivemos que fazer um grande controle de gastos", relatou Berao.

Ao finalmente chegarem a Ushuaia, os professores estenderam a bandeira do Colégio Brigadeiro Schorcht. "Foi uma forma de marcar, de lembrar aos alunos, a todo o colégio que eles estavam conosco nessa conquista", disse Guedes. "Uma forma também de valorizar a escola pública, de dizer que o ensino público é uma fonte de criatividade", acrescentou.