terça-feira, 9 de outubro de 2012

Amyr Klink

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

Amyr Klink


A estrela da jornada

 Mercedes-Benz 180 D Ponton

Há muita controvérsia a respeito do apelido. A mais aceita pelos entusiastas é de que o termo pontonkarosserie seria utilizado para denominar todos os veículos de motor dianteiro e três volumes definidos, um desenho incomum para a época. O novo Mercedes era tão distinto em relação a seu antecessor que o apelido Ponton acabou se consolidando para caracterizar os modelos, fabricados entre 1953 e 1962.


Com desenho totalmente novo, comprimento de 4,45 metros e entreeixos de 2,65 metros, o modelo 180 era oferecido com um motor de quatro cilindros com válvulas laterais, 1,8 litro e 58 cv de potência bruta a 4.000 rpm, que permitia chegar a 125 km/h. Em 1957 era substituído pelo Ponton 180 A, já com comando de válvulas no cabeçote, fabricado por dois anos. O 190, introduzido em 1956, terminava também em 1959.

Nada mais era que o modelo 180 com o motor de 1,9 litro do roadster 190 SL, fabricado entre 1955 e 1963, mas com apenas um carburador simples Solex, no lugar da dupla carburação do modelo esportivo, e 84 cv a 4.800 rpm. Por fora a única diferença era um friso cromado abaixo das janelas laterais. Também era disponível o motor diesel de 1,8 litro, idêntico em diâmetro e curso ao movido a gasolina, mas com apenas 46 cv a 3.500 rpm e máxima de 110 km/h. Fazia do 180 D uma boa e popular opção como táxis — muitos ainda em uso no Líbano e na Síria.

Em 1959 os modelos 180 B e 190 B eram introduzidos, trazendo como novidade a adoção do subchassi dianteiro e sendo fabricados até 1962. Um teto solar Webasto de lona era disponível nas duas versões, sendo mais raro o teto solar em chapa de aço, disponível apenas para os sedãs e cupês de seis cilindros. Existiu até um picape 180 D, em 1957, seguindo o mesmo conceito de nossos modelos derivados de automóveis.

Para os colecionadores, os Pontons mais valiosos são exatamente os modelos de seis cilindros e 2,2 litros (plataformas W105 e W128). As versões começam com o 220 A, fabricado entre 1954 e 1956, substituído pelo 219, de 92 cv a 4.800 rpm, produzido até 1959, ao lado do 220 S. Este desenvolvia 112 cv a 5.000 rpm e atingia 160 km/h. Em 1958 era apresentado o 220 SE, com injeção mecânica de combustível e 130 cv. Estes dois últimos eram disponíveis como cupê ou conversível (plataforma W180).

Os Pontons eram todos fabricados em Sindelfingen, pequena cidade de apenas 23.000 habitantes durante o inicio de sua produção. Destes, 19.000 trabalhavam na fábrica da Mercedes. O produto final era exportado para 136 países, ratificando a qualidade da marca aos olhos do mundo e resgatando a imagem de sofisticação que a estrela de três pontas tivera antes da guerra.

Disponível em http://bestcars.uol.com.br/ph/153b-2.htm