terça-feira, 20 de agosto de 2013

Na mídia: Diário Oficial


Jornadinha

O Projeto Jornadinha da Estrela ("Jornada" é um caminho que se faz e "estrela" é o que guia o caminho, que ajuda a encontrar o centro ou o tesouro escondido) tem como inspiração o Projeto Jornada da Estrela que teve início em outubro de 2011 no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht (CEBS), em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Este projeto teve como uma de suas metas a realização de uma expedição pelo cone sul da América do Sul em janeiro de 2013. Realizada pelos professores Marco Aurélio Berao, Gilmar de Moura Guedes e Robson Silva Macedo, a jornada saiu do Rio de Janeiro, Brasil, indo até Ushuaia, na Terra do Fogo, Argentina, e retornando ao Rio de Janeiro, passando pelo Chile em um percurso de mais de 21.000 km em 37 dias de expedição.


O Projeto Jornada da Estrela teve como objetivo principal proporcionar motivações nos alunos, para através do exemplo, perceberem que quando nos dedicamos aos nossos objetivos podemos ir até mesmo "ao fim do mundo". Um dos desafios de sustentabilidade do projeto foi cumprido com a utilização de óleo de fritura (COV - Combustível de Óleo Vegetal  em 1/3 da expedição até Ushuaia, como combustível para o veículo, uma Mercedes-Benz 190D, fabricada em 1958. No CEBS, mais de 800 alunos, professores, direção e funcionários estiveram envolvidos no projeto e na coleta do óleo de fritura, O outro desafio importante, ecológico e sustentável, foi a utilização do veículo, comprado em ferro velho, recuperado especialmente para a expedição.

Segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, a maior parte do óleo de fritura é despejada em ralos, comprometendo as tubulações dos edifícios e das redes de tratamento de esgoto. Nas regiões onde não há rede coletora, o óleo vai diretamente para os rios e lagoas, aumentando significativamente a poluição e a degradação ambiental. São despejados de 19 a 27 milhões de litros de óleo por ano em nossas águas marinhas. Considerando que um litro de óleo contamina cerca de 1 milhão de litros de água, pode-se ter uma noção da gravidade da situação. Essa prática acarreta prejuízo á população, às concessionárias de saneamento e aos governos.

Segundo o professor Alexandre D'Avignon (UFRJ)1 a simples atitude de não jogar o óleo de cozinha usado direto no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global. Ele explica que a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. O óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo da pia acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto. Em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano.

Sabemos que o processo de aprendizagem é extremamente importante para disseminar informação e práticas ambientais no contexto social, que hoje estamos inseridos. Jovens e crianças além de serem muito receptivos a esse tipo de mensagem, são um dos meios mais eficazes para provocar a mudança dos adultos. Eles retratam o futuro, a geração que vai herdar o compromisso de cuidar do meio ambiente e, quando são bem orientados, possuem a capacidade de mobilizar e realizar um profundo processo de mudança social. Isso acontece porque as crianças e os jovens, por meio de sua rede de relacionamento, colaboram para a revisão de conceitos e atitudes dos pais, que por sua vez, passam a aplicar os exemplos e atitudes sugeridas pelos filhos.

A Agenda 21, afirma que "a Educação Ambiental torna-se essencial para a população na medida em que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. A Educação Ambiental deve desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados e que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos."

Assim, a Educação Ambiental deve orientar-se para a comunidade na proposta traduzida na frase expressa pelo Relatório Brundtland (1998)2: "Pensamento global e ação local". É por meio da Educação ambiental em todos os níveis sociais, intelectuais, técnicos e científicos que podemos atingir a meta do desenvolvimento sustentável, criando condições para a sobrevivência futura. Neste sentido, a atuação individual do ser humano se somará coletiva na busca de soluções para os problemas ambientais e sociais que hoje se somam, tendo em vista que conscientemente se percebe as consequências da degradação ambiental.


Nesse contexto se insere  uma releitura e replicação do Projeto Jornada da Estrela para a sua  implementação nas diversas escolas estaduais/municipais do Estado do Rio de Janeiro. Nesta releitura não se tratará mais da preparação de uma viagem em num carro movido a óleo vegetal mas na demonstração do sucesso da experiência e das possibilidades do uso desse novo combustível menos poluente, consequentemente, mais sustentável do ponto de vista ambiental e na implementação de pontos de entrega voluntária de óleo nas escolas participantes.

Desta forma o Projeto Jornadinha da Estrela possibilitará, através da Educação Ambiental, o engajamento tanto da comunidade escolar na difusão destes novos conhecimentos como na adesão de todos a um sistema de recuperação do óleo de fritura com vistas a uma reutilização mais ecológica e sustentável.